ESCÂNDALO FISCAL

Preso em operação, dono da Ultrafarma investiu R$ 250 milhões em publicidade na TV

Empresário é suspeito de pagar propina a fiscais da Secretaria da Fazenda de SP em esquema que movimentou mais de R$ 1 bilhão

Sidney Oliveira usa óculos e terno escuro em gravação de campanha das Óticas Ultrafarma
Sidney Oliveira em comercial da Óticas Ultrafarma na RedeTV!; empresário foi preso em operação de corrupção fiscal (foto: Reprodução)

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O empresário Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, foi preso na manhã de terça-feira (12) durante a Operação Ícaro, do Ministério Público de São Paulo. A investigação aponta que ele teria participado de um esquema que movimentou mais de R$ 1 bilhão em propinas pagas a auditores fiscais da Secretaria da Fazenda do Estado. A ação contou com apoio da Polícia Militar e teve como objetivo desarticular uma rede de corrupção fiscal.

Sidney foi um dos alvos de prisão temporária autorizada pela Justiça. Também foram presos o diretor estatutário do grupo Fast Shop, Mario Otávio Gomes, e Artur Gomes da Silva Neto, supervisor da Diretoria de Fiscalização da Sefaz-SP. Segundo os promotores, este último seria o principal operador do esquema, aprovando pedidos irregulares de créditos de ICMS em troca de pagamento de propinas milionárias.

Além de comandar a Ultrafarma, Sidney Oliveira é um dos empresários que mais investem em publicidade na televisão brasileira. Apenas em 2024, ele destinou cerca de R$ 250 milhões a ações comerciais em emissoras como SBT, RedeTV!, Record, Band e TV Gazeta. Segundo a coluna Outro Canal, da Folha de S.Paulo, o valor inclui intervalos comerciais e patrocínio de atrações populares da TV aberta.

Sidney Oliveira mantém contratos com a RedeTV!

Embora tenha reduzido parte dos investimentos nos últimos meses, principalmente após a saída de Geraldo Luís da RedeTV!, Sidney ainda mantém contratos importantes com a emissora. A empresa continua presente, por exemplo, nas ações de merchandising do programa A Tarde é Sua, de Sônia Abrão. A relação entre a Ultrafarma e a televisão é de longa data e firmou a imagem do empresário como personalidade da mídia.

A rede de farmácias também opera a Ultrafarma TV, canal transmitido via antenas parabólicas. A emissora exibe conteúdos institucionais da marca, missas e outros formatos voltados ao público-alvo da empresa. Procuradas pela publicação, a Ultrafarma e a defesa de Sidney Oliveira não responderam os contatos.

Segundo o Ministério Público, outras empresas do varejo também estariam envolvidas no esquema, mas seus nomes não foram revelados para não comprometer a continuidade das investigações. A prisão temporária dos investigados pode durar até cinco dias, de acordo com a legislação vigente.

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